Conhecido como o último filme da brilhante carreira de Chadwick Boseman. A típica produção idealizada para concorrer as grandes premiações, tem os ingredientes que a crítica especializada procura: enredo lento e dramático, diálogos profundos, ambientação e figurino primoroso, além de excelentes atuações.
Adaptação original da peça teatral de August Wilson sobre a cantora Ma Rainey, conhecida como a “mãe do blues”, interpretada pela premiada Viola Davis, a produção se passa em Chicago, nos anos 1920, mostra a relação conturbada da artista com a indústria da música e seus empresários brancos que tentam controlá-la a todo custo.
Com um elenco majoritariamente negro, a trama é integralmente composta por músicas e diálogos, que por vezes perduram por longos minutos. Passando-se quase todo durante uma sessão de gravação de álbum entre a cantora e seu trompista, o ambicioso Levee, interpretado por Chadwick Boseman. Este é o último trabalho do ator – eternizado no papel de “Pantera Negra”, que morreu em agosto de 2020, aos 43 anos, devido a complicações do câncer de cólon.
Ao longo dos anos o blues ficou conhecido por ser um estilo musical dominado por homens, mas no início do século 20 o cenário era diferente. As mulheres foram as grandes protagonistas do gênero. Apesar de não ter inventado o blues, Ma Rainey (1836-1939) foi a primeira cantora desse estilo a ficar famosa na cultura norte-americana. Acontecimento que lhe proporcionou o apelido de “mãe do blues”. Na época o mercado fonográfico era muito machista, só homens tinham a oportunidade de gravar discos. Ela foi muito importante para trazer a voz feminina e quebrar alguns paradigmas na indústria.